No momento que esta matéria é escrita, o assunto “ida à Marte” ainda não é uma coisa que esteja na boca do povo, como se diz. E mesmo quem já sabe sobre essa real intenção de levar os humanos ao planeta vermelho, a impressão é de que ainda se tem muito a aprender sobre essa investida antes dela ter uma data cravada.
Mas é justamente isso que está tentando avançar um experimento feito com ações curiosas para tentar entender todos os desafios que essa missão impõe. Localizado na clínica Medes, uma filial de saúde do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), o experimento reúne 12 homens que vão passar cerca de 60 dias com uma rotina desafiadora: simular os efeitos que a viagem espacial pode ter em humanos.
Dois meses deitado
Uma das maneiras encontradas para simular essa sensação de estar por muito tempo na ausência da gravidade foi colocar voluntários deitados por cerca de dois meses numa cama inclinada a -6 graus. E de acordo com Matthieu (39), horticultor e um dos voluntários, a sensação é de que “no começo, você se vê perdendo peso todos os dias”.
Audrey Bergouignan, pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), explica o porque do experimento. “A exposição à microgravidade tem impacto no conjunto dos sistemas fisiológicos (…) e provoca alterações que tentamos entender e prevenir”.
As missões do dia
Embora se esteja deitado o tempo todo, isso não significa que seja um dia ocioso, muito pelo contrário. De acordo com o voluntário, o dia é geralmente preenchido por uma série de tarefas que acabam fazendo com o que o dia se vá rápido.
“Temos condições muito favoráveis para permanecermos deitados. Sempre que precisamos de alguma coisa é só chamar a equipe médica“, diz Matthieu.
Os grupos
Para o estudo do comportamento do corpo nessa missão, os voluntários foram divididos em três grupos: um deitado, que faz 30 minutos de bicicleta diariamente; outro que não pratica nenhuma atividade física; e um terceiro,que deve pedalar dentro de uma centrífuga humana em movimento.
Momentos de folga
Se distrair também faz parte da missão, e isso também é exercitado no experimento. De acordo com os relatos, o ambiente do experimento é bom e há espaço para momentos de risos entre os participantes e monitores, diante de situações que surgem durante as tarefas.
Aqui não fico entediado, todos são muito legais”, afirma Alejandro, engenheiro aeronáutico espanhol de 26 anos que mora em Toulouse e um dos 12 selecionados para missão, que se divide em dois participantes por quarto.
Videogame está na lista de diversão
Outro momento de folga relatado entre os participantes foi o de poder jogar videogame. E embora não se saiba quais jogos irão na missão, games como Mario Kart e FIFA estão no catálogo de diversões por aqui.
“Estamos em contato com as outras salas. Organizamos torneios de jogos, Mario Kart ou Fifa”, diz Alejandro, enquanto pedala sob o olhar atento de um treinador.
Cachê interessante
De acordo com o que foi apurado pela coluna Viva Bem, do UOL, o cachê pode soar bem interessante para muitos: Paga-se US$19.300 pelo período de experimento, cerca de R$94.622 na cotação atual. No caso do voluntário Matthieu, ele diz que precisou ser convencido pela namorada a embarcar nessa jornada.
Não se sabe se o experimento permite a comunicação dos 12 voluntários com pessoas de fora da clínica. Embora não seja esse o foco do experimento, o mais provável é que haja um período para esse tipo de contato acontecer via virtual, como deve acontecer numa verdadeira ida à Marte. Ao todo foram 3.000 candidatos.
Marx Walker , Observatório de Games.
Fonte: Observatório de Games.
sex, 09 jun 2023 12:17:41 -0300