No exato momento desta publicação, a mais nova aventura cinematográfica do Homem-Aranha, um dos super-heróis mais famosos da cultura pop, coloca o personagem de Stan Lee num hype raro: ele está ‘longe de casa’. Embora esta não seja a primeira vez que o personagem se envolve numa missão fora de sua cidade, isto não deixa de ser um impacto, já que desde os anos 60, o aracnídeo se coloca como o eterno “amigo da vizinhança”.
E já que a onda da vez é brincar com o multiverso (que você não pode confundir com METAVERSO), vale lembrar que tem uma dessas realidades de onde o teioso nunca se afastou: os games. E isto pode ser realmente dito com força e sem medo de errar quando se olha o histórico de Peter Parker neste lugar, que atualmente já conta com mais de 40 títulos com seu nome envolvido em praticamente todos os videogames já lançados no mercado.
Diante disso, vale lembrar de 5 casas marcantes para o Aracnídeo:
Atari
Para muitos, este foi o primeiro console de amplo impacto no mercado, algo que fez a palavra ‘videogame’ fazer sentido. E ele também foi palco da primeira missão do herói nos games. Intitulado apenas como Spider-Man, o objetivo aqui era chegar ao topo de um prédio onde estava ninguém menos que o Duende Verde.
E para tanto, era preciso subir usando as habilidades aracnídeas tomando cuidado para que os capangas do vilão não cortassem sua teia, fazendo você cair para a morte. Beirando o topo, bombas anunciavam que logo acima estava o duende em seu planador. Aí bastava passar por ele e pronto: Fim de jogo e você poderia fazer tudo de novo. Para os jogadores de hoje são alguns segundos, mas para os daquela época, eternos momentos de diversão.
PC
Avançando para a década seguinte, em 1989, através de The Amazing Spider-Man and Captain America in Doctor Doom’s Revenge, o teioso ganha uma missão em conjunto com Capitão América, onde ele e o primeiro vingador terão de lutar contra uma série de vilões capitaneados por ninguém menos que Dr. Estranho. O game contou com uma história em quadrinhos que estava disponível apenas na embalagem do jogo.
O jogo recebeu críticas mistas, se dividindo entre elogiar o gráfico, bom para a época, mas também com severas críticas quanto ao carregamento do jogo e lentidão no gameplay. Seis anos após seu lançamento, a revista Computer Gaming World ranqueou o jogo como o 27º pior jogo já lançado para PC até então.
Jogos rodados em DOS eram uma desafio a parte. Eram outros tempos. Além do PC, o game rodou em Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, Commodore 64 e ZX Spectrum.
Obs: Não foi a primeira aventura do aracnídeo para PC, ou foi, se você desconsiderar Questprobe featuring Spider-Man (1984). Por quê? Bom, confira abaixo:
Game Boy
The Amazing Spider-Man (1992) é a primeira aventura do herói num portátil, e como era de se esperar, havia muita expectativa nisso. E ela foi cumprida em partes, embora a coisa de ser em preto e branco incomodasse muita gente naquela época.
Uma das passagens mais interessantes do jogo é a nítida referência que o game faz ao jogo de Atari citado acima. Agora, já é possível ter uma considerável melhoria no detalhamento dos gráficos entregues em comparação ao Atari. Confira abaixo:
A missão era hard: Mary Jane foi sequestrada e o teioso teria que sair em sua busca, e pelo caminho encontraria seus piores inimigos. Deu muito certo, já que mais dois títulos saíram para a plataforma.
SNES
Spider-Man and Venom: Maximum Carnage (1994) é um legítimo beat n up, desses que onde tudo que você precisa saber é onde pula, soca, chuta e a combinação de especial para sair fazendo justiça pelas ruas. E pela primeira vez na história dos videogames, seria possível jogar com o truculento Venon, uma satisfação única, dirão as testemunhas da época.
Com gráficos agradáveis, uma excelente gameplay, uma trilha braba demais e uma história legal como pano de fundo, este foi o melhor game do herói até ali. O pau já estava cantando nos quadrinhos entre Spider-Man, Venon e Carnage, e deixar essa treta jogável fez a alegria de muita gente na época.
Isso para não falar do tetracampeonato do Brasil neste mesmo ano.
PS1
Um novo milênio chegou, um novo videogame também surgiu e é claro que o amigo da vizinhança também achou uma boa usar o console japonês como casa de mais uma aventura sua. Mais uma vez com o simples nome de ‘Spider-Man‘, outro jogo do personagem chegava ao mercado em 2000.
Contudo, agora com gráficos e áudios quase extraterrestres para o momento. Você, jovem, pode até rir da thumbnail abaixo, mas isso daí já foi ouro. Narrado por ninguém menos que Stan Lee, ele é o primeiro jogo do Homem-Aranha publicado pela Activision, que usaria esses direitos de licença por 14 anos.
A ventura também rolou em Game Boy Color, Nintendo 64, Dreamcast e Microsoft Windows.
Xbox
A primeira vez do teioso na caixa da Microsoft foi feita para surfar no hype do filme que daria início a uma era ouro para os super-heróis na sétima arte. E assim como no filme, a história de Spider-Man recomeça e os recursos da vez permitem contar tudo com uma riqueza de detalhes impressionantes.
Spider-Man (2002) não só vendeu legal como também recebeu boas críticas na época, batendo 78 % para a versão Xbox, a maior média dentre todas as plataformas que o game foi lançado, Game Boy Advance, GameCube, Microsoft Windows e PlayStation 2.
Celular
A primeira dele num telefone. Os aparelhos ainda não eram assim uma coisa muito ‘smart’, mas colocar isso na palma da mão já era um feito e tanto em 2009, que foi um dia desses para muito jogadores.
Em Spider-Man: Toxic City (2009), o jogador encontra são 13 missões e 4 fases de bônus, e durante a jornada, vários itens colecionáveis podem ser pegos, e isso vai de aranhas douradas, passando por skins de trajes alternativos, chegando até a coleções de quadrinhos.
Duende Verde, Shocker e Rhino estão mais uma vez no caminho de Peter Parker e Mary Jane, e todos podem ser visto na tela com uma qualidade e movimentação simpática para a oportunidade.
Quem tinha os pomposos BlackBerry, Windows Phone ou J2ME, jogou. O resto só fez ligações mesmo.
Marvel’s Spider-Man (2018)
Ainda não saiu nada mais lindo que isso. Foram quatro anos para o estúdio Insonminac lapidar uma obra que ganhou vários prêmios e concorreu a jogo do ano em muitas disputas.
Na história principal, o senhor do crime, Mister Negative, orquestra uma conspiração para tomar o controle do submundo do crime em Nova Yoork. E quando ele está prestes a lançar um vírus mortal, Spider entra em cena para frustrar os planos. Bem Sessão da Tarde, mas o que se vê no restante é coisa de cinema.
A jogabilidade em terceira pessoa deixa os balanços feitos pela cidade uma coisa que só quem tem o controle na mão pode explicar melhor o que sente, e mais de 3,3 milhões de jogadores puderam dizer isso, isto para não contar as revendas.
Um ponto que merece destaque são as atualizações possíveis nesta geração de games, algo capaz de gerar episódios que vão além da experiência do game em si. E uma das maiores provas disto foi quando o jogo, em plena pandemia de COVID-19, deixou um recado importante numa parte do cenário.
PS5
Jogar com o super-herói protagonista deste artigo na geração mais recente de videogames até aqui é privilégio apenas de quem possui um sistema PlayStation. Coube ao PS5 as honras de retratar o primeiro Spider-Man negro e de descendência latina nos games, um personagem que já havia marcado presença nas HQs e que aproveito o alcance dos games para dar representatividade às causas que automaticamente vêm junto com Miles Morales.
Spider-Man: Miles Morales (2020) também saiu para PS4, mas o PS5 que ficou marcado pelo título, pois seu anúncio foi feito como ponto alto do que vinha por aí durante o evento de lançamento do console, em 11 de junho de 2018.
Ao que tudo indica, os games provavelmente continuarão a ser a casa do Homem-Aranha, esteja ele em que universo estiver, não importa se vamos continuar jogando videogame num console ou deste jeito.
Marx Walker , Observatório de Games.
Fonte: Observatório de Games.
qui, 16 dez 2021 01:55:00 -0300
