Como a invasão na Ucrânia pela Rússia pode afetar o Brasil

As primeiras notícias da madrugada não foram nada boas. Em pleno século XXI, no início de mais uma década, e quando o mundo ainda enterra e chora familiares e amigos mortos pela pandemia do COVID, a Rússia fez algo que ninguém consegue compreender: declarou uma guerra contra a Ucrânia. Esta invasão sem justificativa alguma já está abalando emocionalmente o mundo, pois com certeza teremos muito mais mortos.

E se de um lado já tínhamos graves problemas de saúde, problemas financeiros, como aqueles que escrevemos que iriam acontecer na pré-pandemia para toda a indústria, agora as coisas podem ser um pouco mais graves. Mas como isso afeta o Brasil? Se a guerra é entre dois países tão distantes de nós, como podemos ter algum tipo de problema? Vamos aos fatos.

Entendendo a crise

Problemas para a economia em geral

O principal fator que mexe com o mundo, e nós estamos nele, é a economia. Com a invasão russa, a bolsa de Moscou suspendeu todas as negociações com todos os mercados internacionais por tempo indeterminado. Uma das grandes críticas, é que o presidente Putin, aguardou que muitos dos mais ricos de seu país, tivessem tempo de se “blindar” economicamente antes que o paíse invadisse a Ucrânia.

Desde o final da 2ª Guerra Mundial, já existia uma tensão entre os EUA e a antiga União Soviética (URSS), que culminou com a Guerra Fria, que muitos se divertem jogando em Call of Duty e em outros jogos do gênero. Pois bem, para aqueles que viveram essa época – nenhum pouco divertida – foi algo totalmente sombrio, com uma inflação que a geração atual não consegue imaginar, onde o preço do pãozinho era um pela manhã, na hora do almoço outro e a noite com mais um reajuste.

Não, não é exagerar. Era dessa maneira. O Brasil viveu uma época de crise que somente nos anos 1990, com o final da Guerra Fria e um mundo mais sólido economicamente, com a abertura dos mercados internacionais, começou a crescer. O país importou mais tecnologia, como por exemplo computadores mais novos, softwares, jogos, abrimos o mercado para a chegada de mais empresas de tecnologia, telecomunicações entre outras, que trouxeram mais velocidade na comunicação e em sua Internet para jogar hoje.

E é mais ou menos isso que estamos vendo agora. Com a invasão, as tensões entre Russia e EUA, junto com a Europa, chegaram em um ponto sem volta. A Europa já está tomando medidas restritivas contra a Rússia, assim como os EUA. Com isso o valor do petróelo, do gás, assim como dos alimentos como o trigo e o milho, que são produtos que Rússia e Ucrânia exportam para a Europa e alguns outros países, irá subir.

Com esse custo lá em cima, já que ninguém irá comprar mais petróleo e gás russos, o mercado internacional irá subir seus valores. Para nós significa aumento no preço de nossos combustíveis em geral. Com a subida da gasolina, diesel e alcool, os distribuidores irão repassar para os fornecedores, que deixarão para a população pagar o preço. Não tem como ser diferente.

Brasil

Mas nem tudo são péssimas notícias. O primeiro impacto é até positivo para o Brasil, já que o dólar está em queda. A moeda dos EUA vem em constante diminuição e a cada dia está com um valor cada vez menor. Isso significa que pelo menos seus jogos – deveriam – ter um preço mais baixo, assim como os consoles de última geração. Mas novamente, os impostos no Brasil não ajudam muito e a distribuição do PlayStation 5, Xbox Series X/S e do Nintendo Switch, ainda é feito via veículo motorizado. Portanto, voltamos ao problema do petróleo.

Vale ressaltar também que com a nova queda da bolsa de valores de Nova York, a nossa também vive uma crise. A Nasdaq, que é de tecnologia (Microsoft, Sony, Facebook, etc), teve uma queda gigantesca de 17%. Portanto, com o ainda problema da pandemia em nossas portas, o conflito militar entre Rússia e Ucrânia podem piorar mais ainda este cenário mundial.

Segundo Álvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais, em entrevista a CNN Brasil, “ainda tem muito desdobramento para acontecer, mas, por ora, é petróleo em alta, commodities em alta, fuga para  porto seguro, que é o dólar, e mercados com desequilíbrio de curto prazo. O mercado é movido a expectativa, ele não espera acontecer e já antecipou muita coisa. Mas o pior cenário, de uma guerra entre países, não tem limite. Os impactos podem ser muito piores”.

Segundo a CNN Brasil, para o Brasil, por exemplo, um conflito militar de fato dificulta a manutenção do atual clima de bonança. Na contramão do mundo, a bolsa brasileira está em rota de valorização e o dólar registra o menor valor em meses, sustentado por um forte fluxo de investimento estrangeiro, que resolveu aproveitar as fortes desvalorizações do ano passado.

“A bolsa pode voltar a cair e o dólar a subir”, diz Serra. “Nossa bolsa é formada em grande parte por empresas de commodities, que se beneficiam em um cenário de alta dos preços, mas não devem segurar o Ibovespa sozinhas se houver uma fuga massiva de capital.”

Inflação mundial

De acordo com Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, também para a CNN Brasil, “as pressões sobre os [preços dos] combustíveis afetam o mundo inteiro. Piora ainda mais uma inflação que já está muito elevada. Se tem mais inflação, será necessário subir mais os juros, e juros mais altos dificultam o crescimento lá na frente.”

Este é um cenário que ninguém gostaria de ver. Conflitos armados já nem deveriam mais existir, assim como tantos outros problemas mundiais. O século XXI era uma época que deveríamos estar vivendo a paz em todos os sentidos, vivermos dias como aqueles mostrados em séries como Os Jetsons ou em filmes como De Volta para o Futuro. E não de livros como 1984 de George Orwell e jogos como Battlefield 2042.

E para uma reflexão, deixo um vídeo de Carl Sagan, O Pálido Ponto Azul, que mesmo depois de décadas, ainda é tão válido para os dias atuais.

Alan Uemura , Observatório de Games.

Fonte: Observatório de Games.

qui, 24 fev 2022 10:22:19 -0300

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