Como IA e games estão revolucionando o ensino asiático

Observatório de Games.

Nas últimas décadas, tem sido para lá de notório o avanço das metodologias de ensino aplicadas nos mais variados sistemas de educação espalhados pela parte rica da Ásia, como China, Japão, Coréia do Sul e Singapura. Contudo, as novidades em cima disso parecem não cessar nunca desse lado do globo, e games e Inteligência Artificial (IA) estão como as bolas da vez.

Como a IA está revolucionado silenciosamente as escolas

Janduí Jorge, líder de inovação em IA e produtos digitais do Edify Education, traz exemplos de como a Inteligência Artificial está se instalando pela Ásia. Na China, por exemplo, os alunos da rede pública já estão aprendendo matemática com algoritmos que se adaptam ao ritmo individual de cada criança.

Em Singapura, por sua vez, sistemas de inteligência artificial ajudam professores a identificar dificuldades de aprendizagem antes mesmo que os estudantes percebam que estão com problemas. Já na Coreia do Sul, os livros didáticos digitais personalizam o conteúdo em tempo real, tornando a experiência de aprendizado mais dinâmica e individualizada.

Unesco se posiciona

De acordo com a UNESCO, mais do que uma mudança na metodologia, isso envolve a mentalidade das crianças e adolescente que estão se moldando com esse assunto. A tecnologia não é apenas utilizada para otimizar os métodos tradicionais, mas para reinventar a forma como as crianças aprendem. Isso implica duas grandes mudanças: os estudantes aprendem sobre a IA (compreendendo seu funcionamento, limitações e implicações éticas) e aprendem com a IA (utilizando sistemas que se adaptam ao seu perfil e necessidades).

China está a frente nisso

Foto de um programa chinês que reuniu mais de 180 escolas do país para participar de um projeto piloto de educação em IA. Foto: NurPhoto via Getty Images

A China exemplifica essa dupla abordagem. O país desenvolveu sistemas que analisam dados para criar caminho de aprendizagem personalizados no idioma chinês. A tecnologia não apenas adapta o conteúdo ao perfil de cada aluno, mas também prevê suas dificuldades futuras e recomenda recursos específicos.

Experimentos mostram que esses sistemas aumentam a motivação dos estudantes. Essa transformação também muda o papel dos professores. Com a IA assumindo tarefas rotineiras, como a correção de exercícios, os educadores ganham tempo para focar no que realmente importa: desenvolver o pensamento crítico, as habilidades socioemocionais e a criatividade.

Essa mudança de paradigma exige uma nova formação e, principalmente, uma nova mentalidade para os educadores. “O professor deixa de ser o detentor do conhecimento para se tornar um facilitador da aprendizagem”, resumiu um educador coreano em um relatório do Banco Mundial. Alguns países já estão investindo nisso; a Indonésia, por exemplo, criou uma estratégia nacional de IA focada especificamente na educação, com programas de capacitação docente em larga escala.

Games na facu

Já quando o assunto são videogames, a mistura já ocorre há muito mais tempo do que a IA, e pelo lado asiático, não faltam ações que envolvam a brincadeira dos jogos eletrônicos usados como ferramenta de ensino nos mais variados campos do saber.

O exemplo do Japão

Um bom exemplo desse envolvimento entre games e escola, é o legado deixado por Masayuki Uemura, o pai do Nintendinho. Falecido em 6 de dezembro de 2021, Uemura deixou uma colaboração sem precedentes na história dos games na Universidade Ritsumeikan, onde lecionou até o fim de sua vida. Por lá, ele repassou toda a arte de fazer um jogo em suas essências fundamentais, colocando o videogame em lugar de honra no país. Leia a história completa aqui.

Já na China, existem até universidades que formam jogadores de videogame profissionais, os chamados ‘ProPlayers’. É o caso da Escola Técnica de Lanxiang, localizada na provícia de Jinan, no lado leste do país.

O professor Yang Xiao explica técnicas de jogo durante uma aula de e-sports na Escola Técnica de Lanxiang, na província de Jinan. Foto: AFP

O programa dura três anos e inclui aulas práticas de jogo e teóricas sobre habilidades do setor, como treinamento, gestão de eventos e promoção. A escola também visa treinar os alunos para a indústria de jogos profissionais, que está experimentando um crescimento significativo no país.

E no Brasil?

No Brasil, os games ainda estão longe de contar com exemplos como os vistos na Ásia e até mesmo nos Estados Unidos, com cursos em torno desse tema. Contudo, há alguns exemplos notáveis. É o caso da Edify Play, um premiado app de ensino que tem se destacado no cenário escolar através da gameficação de conteúdos para aprendizado de inglês, e que conta com um diferencial apreciável para a comunidade gamer: Ele é construído em Unity, a mesma plataforma de jogos milionários e famosos como Pokémon Go e Andry Birds.

Confira tudo sobre o programa nessa matéria aqui.

E IA aqui?

No Brasil, as iniciativas de adoção de IA na educação ainda são pontuais, mas promissoras. No Espírito Santo, um sistema de avaliação automática de redações tem mostrado resultados positivos. Organizações do terceiro setor oferecem capacitação básica sobre IA para professores via WhatsApp, alcançando milhares de educadores.

No entanto, os desafios são enormes. A exclusão digital ainda afeta milhões de brasileiros, a falta de infraestrutura básica, como internet de qualidade nas escolas, é um obstáculo real, e, principalmente, falta uma estratégia nacional coordenada.

O governo tem um plano

Nesse esforço, existe o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, lançado pelo governo federal em 2025, prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2028, um avanço significativo. Contudo, ainda faltam detalhes sobre como essa verba chegará efetivamente na educação básica.

E o que dá para aprender com os exemplos asiáticos?

De acordo com Janduí Jorge, o que o Brasil pode aprender com a experiência asiática é a importância de uma estratégia nacional integrada que prepare professores, reformule currículos e defina políticas de longo prazo. A adoção na Ásia não foi construído da noite para o dia; a Coreia do Sul, por exemplo, levou uma década para consolidar sua transformação educacional com a tecnologia.

Jorge vê ainda que é preciso valorizar o protagonismo dos educadores, tratando-os como “embaixadores da transformação” e dando-lhes autonomia e formação adequada para liderar essa mudança. Por fim, a meta deve ser a personalização do ensino, aproveitando a capacidade da IA de adaptar a aprendizagem às necessidades individuais de cada aluno, o que representa uma revolução no modelo tradicional de educação.

A IA Dá jogo?

O especialista diz que sim. O Brasil tem todas as condições para fazer essa transição, com uma comunidade tecnológica robusta, universidades de qualidade e professores dispostos a inovar. A questão não é se a IA vai transformar a educação brasileira, mas quando isso vai acontecer. A revolução asiática na educação oferece um roteiro valioso para a estratégia brasileira, a formação docente e o investimento em infraestrutura, mas a pergunta que fica é: “o Brasil está pronto para acompanhar essa velocidade e preparar a geração atual para o futuro?”

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Fonte: Observatório de Games.

Mon, 06 Oct 2025 16:41:01 +0000

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