Pelo segundo ano consecutivo, Brasil é eleito o principal país no desenvolvimento externo de games; entenda o termo

A participação brasileira no cenário internacional de games vem crescendo a cada ano, seja em consumo, número de jogadores ou no desenvolvimento e produção de jogos. Maior mercado de games da América Latina, a expectativa é que o país tenha movimentado US$ 2,3 bilhões em 2021 e que aumente essa receita em aproximadamente 6% em 2022, segundo a consultoria Newzoo.

Neste cenário, chama a atenção a procura cada vez maior de grandes desenvolvedoras globais por estúdios nacionais, que são contratados para produzirem ou auxiliarem em partes específicas de seus jogos, em uma prática conhecida como XD (desenvolvimento externo).

O destaque do Brasil no segmento acaba de ficar ainda mais evidente com a publicação do relatório da XDS (External Development Summit), evento global que é referência em XD, que coloca o país pelo segundo ano consecutivo como o principal mercado emergente no segmento.

Cases brasileiros de sucesso no trabalho de XD

Entre os vários estúdios brasileiros que participam presencialmente da XDS e de outros eventos internacionais importantes por meio da comitiva Brazil Games, da Abragames, existem perfis diferentes e complementares. Enquanto alguns se especializaram e são referências exclusivamente no trabalho de external development, outros também fazem um trabalho híbrido – ou seja, além de XD desenvolvem seus próprios jogos. 

Cases brasileiros de sucesso no trabalho de XD

Entre os vários estúdios brasileiros que participam presencialmente da XDS e de outros eventos internacionais importantes por meio da comitiva Brazil Games, da Abragames, existem perfis diferentes e complementares.

Enquanto alguns se especializaram e são referências exclusivamente no trabalho de external development, outros também fazem um trabalho híbrido – ou seja, além de XD desenvolvem seus próprios jogos. 

A PUGA Studios, de Recife, trabalha desde 2017 com desenvolvimento externo e tem em seu portfólio uma parceria com a Aquiris para o jogo Looney Tunes World of Mayhem, entre outros projetos. “Existem grandes empresas no Brasil que desenvolvem jogos de altíssimo nível para o mercado. O trabalho direto com publicadoras e desenvolvedores internacionais atrai o olhar estrangeiro para a indústria brasileira, com certeza”, disse Rodrigo Carneiro, CEO da PUGA Studios.

Free Fire – Craque da Porrada, game da Garena que teve a colaboração da Flux Games – imagem/ divulgação Garena

O executivo conta ainda que durante a pandemia os estúdios nacionais viram um aumento na procura de desenvolvedoras estrangeiras para a realização de trabalhos de XD, o que fez com que muitas delas crescessem não só em faturamento e em qualidade, mas em tamanho da equipe. “Tínhamos 30 funcionários, em março de 2020, e hoje temos 140 talentosos profissionais”.

Entre os diferenciais para conquistar novos trabalhos, Carneiro destaca a importância de estar nos eventos. “É o famoso aperto de mão, olho no olho. Sentir o brilho na hora da conversa, da troca de experiências, é fundamental para iniciar essa relação”.

Outro estúdio que trabalha com desenvolvimento externo há bastante tempo é a Flux Games, de São Paulo, que já colaborou, por exemplo, com a Garena em um spin off do jogo Free Fire, e que tem notado grandes mudanças na postura das empresas estrangeiras nos últimos anos.

“Tanto as pessoas quanto as companhias passaram a confiar mais no trabalho remoto, e grandes players estrangeiros têm buscado estúdios brasileiros sólidos e confiáveis para trabalharem em parte do desenvolvimento de seus jogos”, conta Paulo Luis Santos, fundador e head do estúdio paulistano. “Tal movimento gera uma capacitação dos nossos estúdios, amadurece o mercado nacional e evita a evasão de talentos para outros países”.

A Kokku, outro estúdio de Recife cuja atuação no mercado de games vai além do desenvolvimento externo e exportação de serviços e artes, começou a atuar na área em 2015 por meio de contatos estabelecidos com empresas internacionais que vieram ao Brasil para o BIG Festival.

O estúdio já trabalhou com grandes empresas, como a Activision, em Call of Duty: Black Ops Cold War, Guerrilla Games, em Horizon Zero Dawn e em Horizon Forbidden West, e Netflix, em Stranger Things: Starcourt Mall. Thiago Freitas, CEO da Kokku, reforça que a transferência do conhecimento adquirido é o principal ganho para o mercado brasileiro, além da geração de renda e emprego.

“Profissionais brasileiros seguem sendo desenvolvidos para atuar em grandes títulos internacionais, e esse conhecimento adquirido fica aqui no Brasil mesmo quando o trabalho termina, sendo reverberado dentro da empresa e, posteriormente, para o nascimento de novos estúdios e projetos”, explica Freitas.

Para o executivo, o que leva a Kokku a trabalhar em jogos importantes é a capacidade e qualidade na entrega. “Ter um bom portfólio é ter a chance de se apresentar, mas não garante que será contratado para o projeto. O que mais importa realmente é a capacidade e qualidade na entrega. Depois de montar um portfólio com projetos bem finalizados, principalmente em jogos AAA, as portas se abrem mais”.

Após um hiato de dois anos por conta da pandemia, a XDS voltará a acontecer de forma presencial em setembro de 2022, em Vancouver, no Canadá, e a Abragames estará presente com diversos estúdios brasileiros, por meio da comitiva Brazil Games. A expectativa da associação é que este ano o número de parcerias aumente ainda mais e siga fortalecendo o mercado brasileiro de desenvolvimento de games.

Mais informações sobre Abragames podem ser vistas no site.

Redação , Observatório de Games.

Fonte: Observatório de Games.

dom, 22 maio 2022 12:38:51 -0300

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