De acordo com um novo estudo, o uso de videogames tem relação com maiores pontos de QI, mas deve–se tomar alguns cuidados com o uso de jogos eletrônicos por crianças.
De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Holanda e Suécia e publicado na revista Scientific Reports, crianças que passam uma hora diária jogando videogames têm aumento nos pontos de QI, a pesquisa também constatou que o uso de outros eletrônicos, como TV e redes sociais, não alterou o QI das crianças analisadas.
Apesar de os resultados serem cientificamente válidos e representarem o resultado dos esforços cognitivos estimulados pelos jogos eletrônicos no cérebro das crianças, é importante contextualizar melhor esses dados para não influenciar o uso desenfreado de videogames, que também apresenta riscos.
O primeiro ponto a ser levado em consideração é que os índices de QI são contestáveis, primeiro por estarem ligados intimamente à genética individual, que pode ser um fator determinante para o melhor desenvolvimento da inteligência, segundo, que os testes tradicionais de QI não englobam diversos aspectos da inteligência global humana.
É claro que o uso de videogames é bem melhor para o cérebro que a televisão e redes sociais, pois estimula a cognição, ao contrário dos outros meios, nos quais o espectador é totalmente passivo ao conteúdo, inclusive, deve-se optar por jogos que exijam uma neuroplasticidade cerebral é bom.
Outro aspecto importante a ser considerado é o tipo de jogos que serão utilizados pelas crianças, visto que alguns podem abordar temas não recomendados para determinadas faixas etárias, existem jogos que estimulam a violência, outros que encorajam até mesmo assassinos em série.
Deve-se também tomar cuidado com o ciclo da dopamina estimulado pelos jogos que pode gerar vícios e aumento da ansiedade.
O importante é o equilíbrio, eu sempre indico jogos para as crianças, inclusive, apoio que apresentar tablets aos filhos com alguns limites, remover notificações, YouTube e redes sociais são algumas medidas importantes para tornar o uso de eletrônicos mais saudável às crianças e deixar jogos que promovam a neuroplasticidade para a lógica principalmente.
Não estou pondo em dúvida a validade do estudo, muito pelo contrário, eu concordo com os efeitos positivos de videogames no estímulo da inteligência, no entanto, é preciso ter cuidado com o isolamento de informações, que pode influenciar comportamentos nocivos, em meus estudos eu não apenas comprovo esses resultados como trago algumas vertentes.
Sobre o Dr. Fabiano de Abreu
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é colunista do Observatório de Games, PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa e Intertel, associação de pessoas de alto QI e especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.
Redação , Observatório de Games.
Fonte: Observatório de Games.
qua, 13 jul 2022 13:41:19 -0300