Observatório de Games.
Entrei no Uber falando no celular e pondo a credencial no pescoço. No telefone, estava a assessora de imprensa, apurada com meu atraso para um compromisso firmado com um dos influenciadores da marca. Na minha credencial, estava estampado o nome de um rolê onde o fã BR pode gastar quantias espantosas em nome de um ídolo dele: a Brasil Game Show (BGS).
Já no volante estava o Édson, que ao ouvir minha conversa, provou que essa afirmação acima vai de encontro a uma pesquisa promovida por Monks e floatvibes, que apontou que os fãs brasileiros investem até 5 vezes mais em algo relacionado a um ídolo do que algo puramente cultural.
Ao ouvir que a BGS estava a pleno vapor e que eu ia me encontrar com a personalidade X no evento, o jovem Édson simplesmente parou de trabalhar, encerrou a sua corrida ao me deixar e foi em busca de um ingresso para se encontrar com o cara que ele só via pelo Youtube.
Não esperei por ele, mas ele pegou meu número para que eu o ajudasse nessa doideira inventada de última hora. Duas horas depois, deu certo. Fiz ídolo e fã resenharem por alguns segundos e isso certamente foi um dia loko para o segundo, mas muito loko para a cultura.
R$200
De acordo com a pesquisa citada acima, a cada mês, um fã brasileiro gasta quase R$ 200 para alimentar a relação que tem com seus ídolos. O número representa cinco vezes o gasto médio mensal dos brasileiros com cultura, que fica em R$ 40, segundo o IBGE.
Os dados sobre o universo dos fandoms – comunidades de fãs com culturas e comportamentos coletivos próprios, complexos e multidimensionais – estão em uma pesquisa inédita feita pela Monks – marca operacional do grupo internacional de comunicação S4 Capital – em parceria com o instituto de estudos culturais e comportamentais floatvibes.
Onde esse povo gasta
Segundo o levantamento, há quatro principais eixos de mobilização de fãs: esporte, música, audiovisual (filmes e séries) e games. Outros números que se destacam sobre os fãs brasileiros são:
- 30% dos fãs compram produtos oficiais de edição limitada pelo menos 1 vez por ano
- 37% acham que a dedicação do fã pode ser medida por quanto dinheiro gasta no objeto/ídolo
- 35% dos fãs brasileiros entrevistados dizem que as comunidades de fãs são quase como religiões
- 52% acham que o conteúdo feito por fãs é tão ou mais interessante que o oficial
- 43% dos entrevistados gostam de consumir produtos e conteúdos feitos por outros fãs
- 56% dos entrevistados acham que as marcas deveriam se preocupar em oferecer algo inédito para os fãs
- 36% dos entrevistados acham que marcas deveriam focar em detalhes que só os fãs reconhecem
- 55% dos entrevistados afirmam que a maior motivação para consumir conteúdos e produtos ligados a seus ídolos é a felicidade de viver experiências relacionadas a eles
Sobre a pesquisa
A pesquisa A Era dos Fandoms entrevistou 622 pessoas no Brasil sobre suas relações com os fandoms e produziu números que permitem uma compreensão mais ampla desses universos. Ao adentrar no mundo dos fandoms, o levantamento busca ajudar as empresas a entenderem melhor os potenciais positivos – e negativos – que essas comunidades trazem.
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Fonte: Observatório de Games.
Fri, 25 Oct 2024 19:52:01 +0000