A situação na Activision Blizzard está cada vez mais caótica após o vazamento de casos de abuso e assédio sexual. Depois do processo sofrido pelo governo da Califórnia, é a vez de alguns dos próprios acionistas da companhia exigirem mudanças, incluindo a saída do CEO Bobby Kotick.
Segundo reportagem do jornal norte-americano Wall Street Journal, o CEO sabia das alegações tensas que funcionários da empresa estavam fazendo e não as levou adiante para o conselho. A matéria traz documentos internos e fontes próximas à companhia para revelar que o empresário estava ciente de muitas das denúncias, incluindo algumas de estupro contra ele mesmo.
Primeiramente, o conselho da empresa defendeu publicamente o empresário, mas depois voltou atrás. Em nota divulgada por outro jornal norte-americano, o Washington Post, os acionistas repudiam as ações do mesmo.
“Em contraste com as declarações anteriores da empresa, o CEO Bobby Kotick estava ciente de muitos incidentes de assédio sexual, agressão sexual e discriminação de gênero na Activision Blizzard, mas também falhou em garantir que os executivos e gerentes responsáveis fossem demitidos ou em reconhecer e abordar a natureza sistemática da cultura hostil no local de trabalho da empresa”.
A carta divulgada ainda explica que, caso as exigências não sejam atendidas, o grupo não votará nos atuais conselheiros na próxima assembleia anual de acionistas e solicitará que outros acionistas façam o mesmo.
Uma das vítimas dos casos que ocorreram e que foram acobertados, segundo o artigo do Wall Street, é Jen Oneal, nomeada recentemente como co-diretora. Coincidentemente ou não, ela renunciou ao cargo apenas três meses após assumi-lo. Seu salário aparentemente também era bem menor que o do outro co-diretor, Mike Ybarra.
Procurado pelo WSJ, Kotick alega que a informação não é verdadeira, e que ele e o conselho esperam ser melhor informados de agora em diante sobre questões no local de trabalho. Após a divulgação da reportagem, o CEO deu uma declaração por fora chamando o artigo de “impreciso e enganoso” e que “quem duvida de [sua] convicção em criar um local de trabalho mais uniforme não entende como isso é realmente importante para ele”.
A organização de trabalhadores da Activision também se manifestou recentemente sobre o assunto e disse que faria uma greve. Uma das exigências para que ela não acontecesse seria a demissão do CEO.
“Não seremos silenciados até que Bobby Kotick seja substituído como CEO e continuaremos a exigir uma revisão feita por terceiros através de uma fonte escolhida pelos funcionários”, escreveu o grupo em um post no Twitter.
Gustavo Cipriano , Observatório de Games.
Fonte: Observatório de Games.
qui, 18 nov 2021 13:49:52 -0300